sábado, 14 de janeiro de 2012

Os removedores de esmaltes são menos agressivos do que a acetona, pois evitam que a unha resseque e se fragilize

Mulheres adoram desfilar por aí com unhas bem feitas e bem pintadas e odeiam quando elas quebram, lascam ou descamam. Derivadas da pele, as unhas são feitas de queratina dura e demandam cuidados para estarem sempre bonitas, brilhantes e saudáveis.
Além de proteger as pontas dos dedos, as unhas são parte das "armas de sedução" femininas, que podem sofrer com a constante esmaltação e retirada de cutículas. Um dos sinais de que algo não está bem são as terríveis descamações das camadas de queratina. "As unhas podem descamar geralmente por envelhecimento ou por agressão química ou mecânica, como, por exemplo, o manuseio de produtos químicos muito ácidos ou alcalinos. Elas também podem descamar ao serem acometidas por doenças como micose, psoríase e desnutrição", disse o dermatologista Marcos Bonassi, da capital paulista.
Respiro
Segundo Bonassi, qualquer coisa aplicada sobre as unhas é um tipo de agressão e os esmaltes, quando usados sem demasia, não causam danos. Juliana Garavello, dermatologista da mesma cidade, explicou que os esmaltes possuem substâncias químicas que podem enfraquecer as unhas e/ou causar alergias. "Os esmaltes 'endurecedores' à base de formaldeído podem levar ainda ao descolamento da unha", contou. Por isso, "intervalos sempre são bons, mas nem sempre possíveis. Eles ajudam no fortalecimento das unhas e, ao pé da letra, sem intervalo as unhas 'não respiram'", falou Bonassi. De dois a três dias é o tempo recomendado por Daniela Petri, dermatologista do Salão 1838, de São Paulo (SP), entre uma esmaltação e outra.
Já a acetona é um tipo de abrasivo que pode piorar a descamação e tirar o brilho natural das unhas. "É melhor usar removedores de esmaltes, pois são menos agressivos e tóxicos para as unhas, deixando-as menos desidratadas e quebradiças", propôs Daniela.
Quando se trata da cutícula, surge a polêmica. Afinal, os médicos recomendam que ela não seja removida, já que protege a unha, a extremidade dos dedos e confere o brilho natural desta parte do corpo. "As mulheres odeiam quando dizemos que não é recomendado retirar ou afastar as cutículas. Talvez remover os excessos sema uma opção menos ruim para elas, mas ainda assim não é o ideal. A inflamação da cutícula se chama paroquinia e ela fica inchada e pode drena pus. Episódios repetidos de paroquinia deformam a unha, às vezes de forma irreversível", disse Marcos Bonassi.
Juliana disse que outras técnicas, como a aplicação de acrílico, podem levar à alergias após um período de dois a quatro meses ou mais, além de dor, alteração de sensibilidade, descolamento, engrossamento das unhas. "As unhas postiças, se duram mais do que três ou quatro dias, podem levar ao descolamento ou dano na superfície da lâmina. Elas podem causar distrofias e alteração na coloração também, fora que a cola pode causar alergias."
Corte e modelo
Presente na bolsa de todas as mulheres, a lixa deve ser usada com atenção para não interferir nos cuidados com as unhas. "Se for usada de forma delicada, na extremidade, para polir ou diminuir o tamanho, não tem problema. Não recomendo é lixar por cima da unha. Não há benefício nenhum, só torna a unha mais frágio, opaca, pois retira o brilho natural, e a torna mais descamativa", alertou Bonassi, que disse que os cremes ajudam a fortalecer e hidratar esta parte do corpo, sendo que os médicos podem formular até produtos específicos, seguindo a necessidade de cada paciente. Daniela lembrou ainda que esmaltes com base hidratante são ótimas opções, já que têm maior capacidade de penetração nas unhas.
"O formato ideal é o quadrado, pois quando corta-se os cantos das unhas, há uma maior chance de encravar", disse Daniela, lembrando que o mesmo cuidado vale para as unhas dos pés, que são naturalmente mais grossas que as das mãos.
Dia a dia
Além de investir em hidratantes, deixar as unhas respirarem entre uma esmaltação e outra e evitar remover as cutículas, os médicos propõem o uso de luvas, em especial quando for manipular produtos como tinturas, sabões, detergentes, removedores e até adubos de jardinagem, para evitar o contato com ingredientes nocivos e o traumas sobre as cutículas.
"O ideal é levar o próprio kit de alicates e lixas às manicures, sempre esterilizados e, sempre que houver dúvida sobre alergias, micoses ou infecções, o médico deve ser consultado", alertou a dermatologista do Salão 1838.
"Atualmente a maior preocupação com as unhas são os casos de melanoma ungueal. Geralmente muito graves, podem ser fatais. O principal sintoma é o aparecimento de uma lista escura na matriz e na unha propriamente dita, que antes não existia. Algumas pessoas apresentam linhas escuras nas unhas de forma natural, especialmente as morenas, mas o dermatologista deve ser procurado sempre que surgir uma alteração, para esclarecer casos e, se for o caso, tratar precocemente o melanoma para ter mais chances de cura", finalizou Marcos Bonassi.

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